A questão não é o que você pensa, mas como você pensa.

A questão não é o que você pensa, mas como você pensa.

A questão não é o que você pensa, mas como você pensa. 150 150 Priscilla Freund

“Eu sou, eu existo: isso é certo – mas por quanto tempo? A saber, por todo o tempo em que eu penso, pois poderia ocorrer que se eu deixasse de pensar, eu deixaria ao mesmo tempo de ser ou de existir. Agora, eu nada admito que não seja necessariamente verdadeiro: portanto, eu não sou, precisamente falando, senão uma coisa que pensa (…)

Descartes (Segunda meditação, 1641)

*

Complexo? bastante. Mas assim é o nosso pensamento: constituído por conceito, juízo e raciocínio, com dimensões de curso, forma e conteúdo. Não seria ousada, tampouco teria competência para escrever questões filosóficas, me detenho a trazer informações didáticas a respeito desse universo, a capacidade de pensar.

*

Antes, te convido a pensar no sabor de algo que goste muito, sei lá: uma fruta madura, um doce, uma comidinha bem especial. Então, pense em alguém, novamente, que lhe seja igualmente especial. Agora, me diga, o que sentiu?

*

É isso que acontece quando pensamos: sentimos. O pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais, que, embora não sejam intelectivos, fornecem imagens e representações que nos tocam, e a minha proposta é de informar que, uma vez que essas imagens e representações cheguem até você por vias distorcidas, todo o resto também assim, será. Imagine que ao morder a fruta madura que eu sugeri há pouco (caso tenha pensado nisso, claro), você lembrasse de uma cena onde mordera uma fruta igual e essa estava apodrecida, com um gosto horrível. O que teria sentido? nojo? náuseas? repulsa? Qual seria o seu comportamento dessa vez, morderia novamente de boa vontade ou rejeitaria com cara, literalmente, de quem comeu e não gostou!?

*

O seu comportamento, seja lá qual tenha sido nesse exercício, é o “entregável”– é a ponta de uma engrenagem bem estruturada, na qual o pensamento tem primazia – ele é quem manda na coisa toda! e como sabemos, manda quem pode, obedece quem tem juízo, não é assim?

*

Esses três pilares são a base estrutural da teoria cognitivo-comportamental: o pensamento que temos diante a interpretação de uma situação, que nos chega por meio dos sentidos, esse pensamento nos faz sentir algo, e por esse sentimento, nos comportamos. Pois bem até aqui. A questão é: os nossos comportamentos, como brinquei acima, são os que obedecem, certo? Podemos ter chefes que erram? podemos ter chefes, me perdoem, estúpidos? podemos ter chefes que sabem menos do que a gente? ô, se podemos! Não está cheio de gente fazendo bobagem e assumindo posições de liderança e governança sem instrução ou competência alguma para isso?

*

É nesse ponto que eu queria chegar: os pensamentos que temos – e são milhares ao longo do dia, que nada têm de embasamento ou conexão com a realidade, com fatos. Eles, assim como a fruta (tadinha dela, risos), nos trazem episódios que poderiam perfeitamente serem interpretados como singulares, como verdades absolutas: “não coma essa fruta, ela está estragada, você vai sentir aquele gosto horrível e vai passar mal!” Como se todas as frutas amadurecessem no mesmo tempo, fossem iguais e pudessem fazer você sentir aquele gosto ruim a ponto, até, de passar mal.

*

Enquanto falamos de frutas, okay – como dizemos, menos mal, mas quando trazemos às outras esferas da vida, aos relacionamentos interpessoais, por exemplo, a coisa assume outras proporções e os danos podem ser bem azedos. Assumir que os nossos pensamentos que nos chegam automaticamente e com pouca ou nenhuma estrutura, é na maioria das vezes, comportar-se inapropriadamente. Quer ver? voltemos ao nosso exercício: em quem especial você pensou e qual foi o sentimento? possivelmente sentiu-se bem, sim? as experiências vividas com essa pessoa te possibilitaram criar um repertório de imagens que, ao serem acessadas na memória, te trouxeram a sensação de bem-estar. Essa pessoa pode ser rude e mal educada com você e te fazer sofrer? Claro que pode, você apenas não consegue imaginar tal situação por ter criado uma verdade absoluta sua, que, ao acreditar veementemente, te desconecta com a realidade.

*

“Essa pessoa sempre me tratou muito bem (interpretação), me fez acreditar que eu seja importante (pensamento automático) e que goste de mim (significado do pensamento automático), me sinto feliz ao estar com ela (emoção) e portanto, não a evito (comportamento)”.

*

E, se essa pessoa te tratar mal hoje, for extremamente grosseira e te fizer sentir sem qualquer valor, ela não gosta de você? esse cenário invalida todo o resto? Quando analisamos o pensamento automático – entendendo o significado quase subliminar que ele traz, o questionando, validando e principalmente, o confrontando, nossa emoção vem mais realista, condizente com os fatos e assim, é a maneira que lidamos com as situações, funcionalmente.

*

Pense nisso!

Boa semana e com muito carinho,

Até mais!

Priscilla Freund

 

 

Priscilla Freund

Psicóloga Sistêmica com especialização em Terapia Familiar e de Casal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coach Executiva membro da Sociedade Latino-Americana de Coaching com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

Desenvolvido por : Priscilla Freund

Endereço

Rua Comendador Miguel Calfat, 128 cj. 904 |
Vila Nova Conceição | São Paulo – SP |
CEP: 04537-080

Contato

Agendamentos

Cadastre-se para obter Newsletter

[]
1 Step 1
keyboard_arrow_leftPrevious
Nextkeyboard_arrow_right
FormCraft - WordPress form builder

©2019. Priscilla Freund. Todos os direitos reservados.
Site desenvolvido por Agência Levicius