A compreensão do uso da TCC para pacientes com dor crônica

A compreensão do uso da TCC para pacientes com dor crônica

A compreensão do uso da TCC para pacientes com dor crônica 150 150 Priscilla Freund

 

A compreensão do uso da TCC para pacientes com dor crônica

Não importa qual seja a dor, não há uma pessoa que diga não se importar em senti-la. Dores, sejam elas físicas ou emocionais, nos fazem experimentar sofrimento, agonia, aflição, padecimento. Uma tortura. Nos fazem sentir e estar mal. Não infrequentemente, carregando consigo decepção, desgosto, desgraça, dessabor, desprazer. Um mundo lágrimas.

Dores crônicas integram uma complexa interação entre como nos percebemos e percebemos as coisas, as nossas emoções e como respondemos a elas por meio dos nossos comportamentos – a tríade da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), e nesse contexto de dores, sua premissa é que nós não somos impotentes para lidar com essas tidas por soberanas.

Como assim, se existem dores que nos são paralisantes, e por elas, experienciamos quase sensação de morte?

O modelo cognitivo da dor pauta-se na perspectiva de que o comportamento e as emoções são influenciados por interpretações pessoais e enfatiza o papel das nossas crenças na percepção das nossas dores e nos níveis de incapacidade associados. Em outras palavras, a TCC apoia-se na hipótese de que os efeitos incapacitantes da dor devem diminuir quando começamos a interpretá-la com menor catastrofização e como se não tivéssemos o menor controle sobre ela, e mais como uma condição que nos é, até certo ponto, controlável.

Aspectos multifatoriais no ciclo da dor, como a identificação de crenças, atitudes e comportamentos disfuncionais, a interpretação do grau de incapacidade atribuído à dor, o ensino de técnicas de manejo de dor, de relaxamento muscular e de respiração, por exemplo, são meios que utilizamos nessa compreensão mais realista nos quadros de dor.

Há de se avaliar os indicadores que nos apontam como cada pessoa lida com a sua dor e a realização da vida diária. Entre esses indicadores, aponto a relevância em percebermos como as nossas emoções influenciam na dor, o quanto acreditamos sermos capazes de controlar a dor, o quanto em danos físicos essa dor nos representa, o quanto nos incapacita e qual a credibilidade e assertividade do uso de medicação.

Esse levantamento dos efeitos físicos, psicológicos e sociais gerados direta ou indiretamente por nossas dores – capacidade de abstrair, de trabalhar, estudar, de nos divertirmos, engajarmos em conversas saudáveis com amigos e familiares, prazer em atividades cotidianas e autoestima, faz com possamos mais habilmente criar estratégias de enfrentamento. Ficarmos deitadas? Evitarmos pessoas? Deixarmos de nos alimentar? Fazermos orações? Automedicação para induzir ao sono? Nã-nã-ni-nã-não. Existem técnicas mais inteligentes, digamos assim, e, portanto, mais eficientes, que nos permitirão um aprendizado favorável ao autocontrole na dor, e da dor.

Um registro de dor, por exemplo. Anotações das situações onde percebe o aumento ou um alívio da dor. Observa algum tipo de emoção agradável ou desagradável? Identifica algum pensamento nessas situações? Identifica alguma relação entre essa emoção e esse pensamento? Voltando aos pensamentos, o quanto você acredita neles, de zero a cem por cento? Consegue se distanciar um pouco e avaliar esses pensamentos, confrontando-os racionalmente?

Pensamentos surgem em nossa mente de maneira muito distorcida, eles vêm livremente e nos invadem, minam nossa percepção realista das experiências vividas. Mas podemos, igualmente, questioná-los antes de assumi-los como verdades absolutas, desenhando assim, outras perspectivas e passar a olhar a vida, através delas.

Novamente, sendo uma dor física ou emocional, o repouso excessivo, a abstenção de responsabilidades, o abandono das atividades diárias e da interação social, contribuem para a autopercepção de doente, de incapaz, de invalidez. Uma autoavalição negativa acarreta frustração e desmoralização se, o lidar com a dor é percebido como algo incontrolável, mais a mercê de quadros dolorosos nos expomos.

Fazendo uso das palavras do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, que escrevia sobre temas que se mantêm atuais e expressam reflexões existenciais profundas quanto ao questionamento do modo de vivermos o presente e termos vivido o passado, assim como, quais são os nossos propósitos. – “ A dor é inevitável, o sofrimento é opcional” – desejo a todos nós, uma ótima recuperação!

Com carinho,

Priscilla Freund

 

 

Priscilla Freund

Psicóloga Sistêmica com especialização em Terapia Familiar e de Casal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coach Executiva membro da Sociedade Latino-Americana de Coaching com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

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