As peculiaridades de uma fala com Psicóloga Alkeandra Souza

As peculiaridades de uma fala com Psicóloga Alkeandra Souza

As peculiaridades de uma fala com Psicóloga Alkeandra Souza 150 150 Profissional parceiro convidado

 

 

As peculiaridades de uma fala

Quando alguém nos pergunta como estamos, geralmente respondemos “estou bem, e você?”, ou “tudo bem!”, ou ainda “estou indo!”.

Na realidade, penso que na maioria das vezes não é assim que gostaríamos de responder, mas o fazemos por educação ou por outras razões que ora entendemos, ora preferimos nem saber.

Agora eu te pergunto: como você está? E por favor me fale a verdade!

Eu não quero saber da sua vida na superfície, onde você veste as mais diversas máscaras (no sentido psicanalítico da coisa) para viver e/ou sobreviver. Eu não quero saber da sua vida por motivo de fofoca. Eu também não quero saber da sua vida apenas para “puxar” um assunto com você.

Muitas vezes eu pergunto da sua vida para você me ouvir falar da minha vida enquanto você tenta responder à pergunta que eu lhe fiz sobre a sua vida.

Que loucura né?!

Não seria mais fácil você simplesmente responder: “não, hoje eu não estou bem e não quero falar sobre isso!” ou simplesmente “você quer de verdade saber como eu estou?”

Acredito que sim, seria, mas a resposta geralmente não é dada desta maneira porque talvez, lá no fundo, você acredite que eu não queira saber realmente como você está. E por outro lado, você sabe como você está? Para falar de você, é fundamental que VOCÊ se conheça. Você se conhece?

Em um bate-papo assim, tão corriqueiro em nossas vidas, por diversas vezes não percebemos como utilizamos as palavras ditas, e as não ditas, em busca de um único objetivo que é ser ouvido. E nesse ato de falar, acreditando que estou ouvindo o outro, eu me ouço!

Agora você deve estar pensando: como assim? me ouvir?

É isso aí. Se ouvir!

E eu não estou falando somente da linguagem oral, da articulação da fala, da fluência e outros aspectos desta comunicação tão importante para nós, seres humanos. Tampouco estou referindo-me às funções cognitivas que, quando bem preservadas, nos permitem uma interação profícua com o outro e com o meio ambiente no qual estamos inseridos.

Quero falar a respeito da fala interna, da fala subjetiva, “daquela fala” que nem sempre é possível ser expressa em palavras. E que por diversas vezes nos sufoca, nos entristece, nos adoece e nos mata. No entanto, quando considerada, pode ser ouvida com atenção e acolhida em suas necessidades.

O falar é muito importante, assim como o calar. Duas formas antagônicas de linguagem muito ricas em suas essências. Mas é necessário perceber as razões que nos levam a falar ou a calar em determinados momentos de nossas vidas.

Nem sempre quando você fala é possível uma compreensão do que você quer me dizer. Outras vezes quando você cala é o suficiente para eu te compreender. Porém, é preciso que você converse com você mesmo. Aí, juntos, poderemos nos entender.

Permita-se ouvir a si próprio! Olhe para dentro de você!

Aprendi há poucos anos com uma amiga a ouvir de mim mesma a seguinte fala: “seja generosa com você!”

Em um primeiro momento estas quatro palavras fizeram pouco sentido para mim, pois já tinha ouvido muito falar sobre generosidade. Mas acredito que ainda não a tinha vivido em mim. E vou confessar que não é fácil ser generoso consigo mesmo. Mas é possível. Ah se é!

Permitir-se rir quando quiser rir. Chorar quando quiser chorar. Sair quando quiser sair e ficar quando quiser ficar. Fazer tudo ou não fazer nada. Tentar ou não tentar. Cobrar-se mais, ou menos. Sentir a dor ou a alegria. Viver a dúvida ou a certeza. Esconder-se nos seus medos ou enfrentá-los de prontidão. Viver a vida ou a morte sem ressalvas. Parar ou continuar.

Enfim…

Olhar para a pessoa que você é, do jeito que é, com limitações mas também com infinitas possibilidades de mudança. Revisitar-se sempre que sentir vontade, caminhar corajosamente pelo seu próprio mundo interior e buscar, todos os dias, mil razões para conhecer-se, reconhecer-se e ressignificar-se.

Viva a experiência do falar e do não falar. Quando, como e com quem quiser. Mas fale, principalmente com você.

Escrito por,

Psicóloga Alkeandra Souza,

CRP 06/131906

Especialista em Neuropsicologia clínica aplicada à Reabilitação, pelo Centro de Estudo e Pesquisa Clínica Saúde (CEPCS-SP) e Pós-graduanda em Psicossomática Psicanalítica – Corpo e Clínica Contemporânea, pelo Instituto Sedes Sapientiae (SP). Psicóloga parceira da FREUND & PARTNERS desde 2018. Para contatar Alkeandra, deixe-nos uma mensagem ou entre em contato com ela diretamente no (+ 55 11) 99908-1917.

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