Eu entendo a sua agonia.
Eu entendo quando diz não querer esquecer quem se foi, pois percebo que enquanto as lembranças estiverem vivas, assim estará essa pessoa também.
Eu entendo a vida ter descolorido, a rotina perder completamente a graça, os dias terem se tornado longos e as noites, infelizmente, mais curtas.
Eu entendo a sua necessidade de chorar, de gritar, de bater em algo – jogar, quebrar, torcer, numa tentativa desesperada de dar vazão a essa raiva…sim, é okay sentir essa raiva!
Não quero nesse post, tampouco tenho o direito de normatizar o seu luto lhe explicando a respeito de suas fases e as características de cada uma delas – JAMAIS. Por mais que eu saiba, tenha estudado sobre o luto, essa perda é única, ela é a sua perda, e eu jamais teria tal compreensão dessa magnitude. Eu te acolho, e te valido.
Ficou uma cadeira vazia, um lado da cama vazio, um quarto fechado, uma chave de casa que não representa mais as idas e vindas, alguém se foi…e dessa vez, ao lar, não retorna.
E levou consigo uma troca, levou os seus sorrisos, conversas que tiveram, experiências vividas em conjunto, segredos compartilhados, sonhos trocados, medos confidenciados, a sua ternura, os mimos feitos em tardes quaisquer, os domingos em possíveis churrascos em família, os seus dengos, seu carinho, o seu precioso tempo. Já pensou no quanto VOCÊ foi importante a essa pessoa? O quanto pôde ter contribuído para o seu bem-estar enquanto, aqui? Quais as concepções que essa pessoa construiu em vida sobre você e, que possam te confortar hoje?
É uma perda. Sim, alguém muito importante não está presente. Mas, de alguma maneira, deixou algo de si com você e levou algo seu consigo. O vazio da perda já existe, não há de esvaziar as memórias e o coração.
O MEU PROFUNDO RESPEITO A TODOS AQUELES QUE PERDERAM SEUS AMORES, SEUS SUPER-HERÓIS, SEUS PORTOS-SEGUROS, SUAS FORTALEZAS, SEUS ABRAÇOS, SEUS BEIJOS DE BOA NOITE, SEUS ENTES QUERIDOS, AMIGOS – OS unicamente, SEUS nessa pandemia 🌸.
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