Filha, qual brinquedo você quer, a boneca ou o tablet?

Filha, qual brinquedo você quer, a boneca ou o tablet?

Filha, qual brinquedo você quer, a boneca ou o tablet? 150 150 Priscilla Freund
Lendo os jornais me deparei com um artigo a respeito da Educação infantil passar a ser questionada diante o desafio de oferecer atividades a distância a bebês, que segundo especialistas, deveriam ter acesso restrito a telas – tablets, celulares e afins.
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Se em situações percebidas por normais esse assunto sugere calorosas discussões sobre o uso de computadores e tablets para entreter bebês e crianças, adicione à questão um pouco de ansiedade nossa, adultos, pelo momento de pandemia, o estresse da carga de trabalho aumentada com tarefas domésticas, a energia inesgotável dos pequenos e os “chefes” demandando resultados em uma economia que está em emergência pela Covid-19 – literalmente. Complicado, sim?
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É fato que os smartphones estão por todos os lados e se, na vida adulta, já enfrentamos certo embaraço pelo seu uso sem parcimônia e causando incômodo pelos excessos, com as crianças o sinal de alerta é ainda maior.
Um estudo, publicado na respeitada revista JAMA Pediatrics em Janeiro/2019, realizado por Sheri Madigan, Phd pesquisador da Universidade de Calgary, Canada, que recrutou mulheres grávidas e seus bebês após nascerem, entre 2008 e 2010, e os acompanhou por 5 anos.  Os bebês foram avaliados aos 24, 36 e 60 meses de idade, usando-se um instrumento (Ages and Stages Questionary-3) para avaliar o desenvolvimento deles nestas etapas de idade. As crianças que passam mais tempo nas mídias sociais e nas telas aos 2 e 3 anos de idade tem piores resultados nos testes de triagem de desenvolvimento aos 3-6 anos de idade.
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Esse é um assunto que é pauta da maioria das nossas conversas entre amigos e familiares, suponho que alguma vez na vida mais recente, você tenha levantado essa bola, ou entrado numa discussão ou no mínimo, assistido a pessoas discutindo e pensando com seus botões o que seria apropriado ou não. Evidentemente, o consenso é de que não há como impedir o uso, mas deve haver controle e moderação.  Não impedir, uma vez que a tecnologia favorece o aprendizado, seja por encurtar a distância entre a criança e a informação, ou por propiciar estímulos sensoriais que vivificam a cognição – quanto maior a quantidade de sinapses conseguidas por estímulos sensoriais, maior a capacidade cognitiva.  Entretanto, deixar que a tecnologia se responsabilize pelo papel fundamental dos pais, são outros quinhentos.
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Por isso, é imprescindível tomar medidas familiares educativas do uso consciente destes recursos tecnológicos sob pena de comprometer uma geração de crianças com falhas e atrasos que se somam com o tempo, causando um custo adicional nos recursos de auxílio terapêutico familiar e público, segundo especialistas.
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Entendamos por cognição ou desenvolvimento cognitivo, o aperfeiçoamento de uma gama de habilidades e competências mentais. Essas capacidades são inatas a nós, seres humanos, porém precisam ser refinadas e lapidadas a partir de seu estado bruto, na infância. E como, não exclusivamente, fazê-las acontecer? por meio das brincadeiras. A brincadeira é a atividade mais produtiva e mais adaptativa que as crianças podem empreender, sendo um terreno ideal para a aprendizagem de habilidades sociais específicas (Sutton-Smith, 1997).
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O controle de conflitos por meio da utilização do humor, como escolher, como iniciar e manter uma interação social agradável, aprender a compartilhar e aguardar a sua vez de entrar nos jogos, lidar com perdas e com a vontade dos outros, aprender e estabelecer a empatia, entre outras habilidades, podem ser aprendidas através de brincadeiras estabelecidas em família. Não há problema algum em utilizarmos os eletrônicos a nosso favor, mas juntamente com a participação do ser humano, dos pais e irmãos, por exemplo.
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Brincar de casinha e brincar de luta, por exemplo, são brincadeiras universais divertidas e construtivas que possibilitam explorar e ensaiar papéis sociais que estão sendo representados em torno delas, testam a capacidade de explicar e convencer os outros das suas ideias e a ter o controle das emoções por meio da imaginação. Quão rico, não?
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Então, vamos deixar essa leitura digital de lado e engajar numa brincadeira deliciosa de faz de conta com as nossas crianças enquanto o Seu Lobo não vem?
Com carinho da minha família para a sua,
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Priscilla Freund.

Priscilla Freund

Psicóloga Sistêmica com especialização em Terapia Familiar e de Casal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coach Executiva membro da Sociedade Latino-Americana de Coaching com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

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