Pediu o divórcio. Não, a sua casa não caiu.

Pediu o divórcio. Não, a sua casa não caiu.

Pediu o divórcio. Não, a sua casa não caiu. 150 150 Priscilla Freund

O medo e a ansiedade que acompanham esse pedido, e agora?

O medo e a ansiedade são emoções ligadas à defesa da vida, eles garantem a nossa continuidade e estão intimamente associados à sobrevivência. Portanto, é natural que diante os fins que experienciamos ao longo da vida, tanto um quanto o outro, nos represente a sensação de morte. Quando nos sentimos ameaçados, essas emoções chegam para, até, emitir o comportamento de proteção que nos favoreça: fugir ou lutar?

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Muito bem até aqui. Sim, essas emoções são necessárias e têm função evolutiva, fazem parte do fluxo normal do desenvolvimento humano e nos ajudam com a nossa adaptação ao ambiente, uma vez que nos provocam reações diante o perigo. Contudo, o medo e a ansiedade são emoções distintas, parecida? sim, bastante. Mas ainda, são diferentes. E vale entendermos os pormenores dessas diferenças para que possamos distinguir a realidade da fantasia e principalmente, começando por essa.

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Casamento de princesa, príncipes encantados chegando em cavalos brancos… de Cinderela à Gata Borralheira? Nem uma coisa nem outra, mulheres e homens na vida real, compartilhando e partilhando suas intimidades, suas vulnerabilidades, seus medos e angústias, seus fantasmas, igualmente, seus sonhos, incertezas, histórias de vida, vidas, um universo. Dois ou mais mundos coabitando, na alegria, na tristeza, saúde e doença, amando-se e respeitando-se por todos os dias de suas vidas…

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Quem escreveu esse juramento, por certo, não sabia a responsabilidade que colocava nas costas dessas pessoas. Como jurar amar uma pessoa por-todos-os-dias-da-sua-vida? Queremos que seja assim? sim, certamente, mas daí a prometer a si e ao outro tal certeza é algo humanamente impossível, ouso a dizer. Além da complexidade do ser humano na sua singularidade, o que já seria o suficiente para não dar garantia alguma, há a heterogeneidade das relações humanas com suas famílias de origem, suas raças, suas línguas, hábitos, costumes, religiões, crenças e confusões (essa foi por minha conta, risos), e os múltiplos vieses que o mundo per se pode a todos, oferecer.

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O caminho percorrido a dois pode ser leve e prazeroso, duradouro e afetuoso, entretanto, ele demanda boa vontade e trabalho diários. Abrimos parênteses rapidamente, e pensemos numa equação de variáveis, cuja média em resultado dessas, seria o retrato de uma relação de um casal – nada satisfeitos, satisfeitos ou muito satisfeitos. Fui redundante ao frisar média em resultado, para que pudéssemos pensar em possibilidades, compensações. O que falta aqui, sobra dali e vemos o grau de satisfação, então. Prometo falar dessa equação conjugal em outro momento, por hora, me atento em escrever sobre uma “casa que parece ter caído” mas o quê desmoronou foi a relação.

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Diante um pedido de divórcio ou de uma separação, inevitavelmente sentimos angústia. Até o minuto anterior sabíamos como era a vida – quem fazia o quê, quem pagava o quê, quem levava filhos a escola, quem os buscava, onde passávamos as férias, onde eram os Natais, quem nos conhecia e a quem nós conhecíamos em profundidade, como agir, com quem falar, os horários, números da carteirinha do plano de saúde, dados bancários, placas de carro, datas de aniversário… meu Deus – quanta coisa importantemente triviais e até banais, passam pelas nossas cabeças nessa hora! Sim, daqui para frente, pouca coisa, ou nada, sabemos. O que não necessariamente significa P-E-R-I-G-O! Será diferente, será novo, e por isso apresenta desconforto, incerteza, dúvidas. Ninguém gosta delas, mas não é razão suficiente para nomeá-las com letras vermelhas escritas em perigo.

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O medo é um estado neurofisiológico de alarme que é ativado quando julgamos estar em uma situação percebida como ameaçadora ou que apresente risco eminente de vida. A ansiedade já é um sistema mais complexo de respostas, ela abrange as nossas percepções das situações (cognitivo), nossas emoções, respostas fisiológicas (aumento ou diminuição do sono, insônia, taquicardia, desconforto gastrointestinal, etc.) e comportamentais. Ela é ativada de maneira antecipada a uma situação entendida como incontrolável, imprevisível e ameaçadora, em outras palavras, ela é a expectativa de que alguma coisa ruim vai nos acontecer.

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Quem vive as reações da ansiedade em formas de pensamento, sentimentos, reações fisiológicas ou comportamentais, vê a si mesmo sob uma vulnerabilidade aumentada e (por que não?) distorcida. Somados aos significados de impotência, fracasso, abandono, traição, derrota, pode ser desesperador.

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Respire. Agora é estourar os balõezinhos de fantasia com seus pensamentos persecutórios, colocar os pés no chão e se perguntar: Qual o cenário em profundidade? Quais são os meus recursos (internos e externos) para lidar com essa nova realidade? Com quem eu posso contar, se precisar? Existem outras perspectivas com as quais eu possa olhar para essa situação? O que eu poderia fazer de diferente hoje, que me faria sentir melhor? Quais comportamentos eu deixo para trás, quais eu adapto e quais novos eu posso experimentar nessa nova fase da minha vida?

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Vamos lá, levanta, sorria e vamos ver as coisas novas que estão por vir, lhes damos as boas-vindas!

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Pode chegar vida nova, entre porque a casa é sua…

Com carinho,

Priscilla Freund

Priscilla Freund

Psicóloga Sistêmica com especialização em Terapia Familiar e de Casal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coach Executiva membro da Sociedade Latino-Americana de Coaching com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

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