Por que algumas amizades nos fazem mal?

Por que algumas amizades nos fazem mal?

Por que algumas amizades nos fazem mal? 150 150 Priscilla Freund

Boa pergunta, não era para ser assim.

Esse é um tema recorrente nas minhas sessões em psicoterapia: Por que sentimo-nos mal na presença de, ou após um encontro alguém que se diz amigo de fé, irmão camarada, de tantos caminhos e tantas baladas…Ops, errei a letra. Ou não, a atualizei, uma vez que as jornadas cantadas pelo Rei Roberto Carlos, para algumas amizades se limitam a noites de festas, bons drinques e conversas de WhatsApp sem muito conteúdo.

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Gosto de trazer a definição das palavras segundo o dicionário, nesse caso, da língua portuguesa, e temos o seguinte: sentimento de grande afeição, simpatia e apreço entre pessoas que possuem mutuamente uma relação de lealdade, proteção, etc., tendo como sinônimos as palavras: condescendência, benevolência, familiaridade, tolerância, valorização, camaradagem, companheirismo, estima, benquerença, harmonia, entre outros.

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Amizade conceituada, peço que me responda a seguinte pergunta: o que você espera de uma amizade?

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Quando penso em relações humanas, penso, naturalmente, em trocas e sendo assim, questiono novamente quais são as trocas que você está disposta(o) a fazer e a aceitar, por exemplo, o que embasa e serve de pilar para a sustentação desse vínculo, a sua amiga ocupa qual lugar na sua vida? Vejamos alguns lugares comuns na minha percepção:

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Amizade-espelho – não tem outra função senão refletir a sua própria imagem. Você olha através da amizade a si mesma/o, a amiga ou o amigo, não tem relevância – o que pensa, seus gostos e preferências, suas angústias e agonias, nada. Cumprindo o papel de deixar você admirar a si própria/o, tá valendo. Espelhos não falam muito e quando falam, que seja algo parecido com: ” Não, querida(o) amiga(o), não há ninguém mais bela(o), forte, inteligente, sei lá mais o quê, do que você…”

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Amizade-holofote – se assemelha um pouco à função do espelho, embora, melhorada. “Shhh, minha vez de falar!” – Eu sei, só ela(e) fala…Pergunta sem ouvir a resposta, posta e só espera as suas curtidas e comentários, ignorando as suas postagens (não importa o quanto feliz você esteja na foto, não, não). Nos grupos que fazem parte, você parece nem existir…MAS, experimente sair de um desses grupos! A-há, como assim ficar com menos um holofote, menos plateia?

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Tem tantos outros modelos tão conhecidos por nós, Amigos da onça, amigos fura-olho, mas não se iludam, fazem parte do mesmo pacote etiquetado por COLEGAS. Olha que nome bacana para substituir! Quanta leveza nessa diferença!

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Quem já não disse “dá para contar nos dedos quem são meus amigos verdadeiros”. Esta citação significa que não é tão simples ter uma amizade verdadeira e ilustra o que escrevo.

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A amizade é algo importante para a vida de qualquer pessoa independente da sua idade, uma vez que somos seres relacionais, sentimos a necessidade natural de compartilhar sentimentos e ideias, conquistas e fracassos e mais, somos os únicos seres que precisam de pessoas para viver e morrer, pensado isso, entendemos que não estabelecer relação ou, não se perceber em uma relação, nos atinge. Amigos fazem bem à nossa alma, ao coração e à nossa saúde física.

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Dadas as constantes mudanças que somos submetidos – somadas à pandemia, sim, por que não? – ritmo de vida acelerado, vivendo, muitas vezes, sob pressão e num cenário de volatilidade, incertezas, complexidade e ambiguidades (VUCA).  Ter amizades sinceras e verdadeiras pode ser a referência e a segurança nesses momentos, nos ajudando a enfrentar os mais variados desafios nos diferentes ciclos da vida.

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Então, vamos entender a diferença entre amigos e colegas para minimizar esse mal estar?

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Amigos – Os amigos são mais próximos e mais presentes em nossas vidas. Essa proximidade está relacionada com a intimidade. Amigos se conhecem de forma mais profunda e sabem mais de nosso jeito de sentir o mundo, nosso modo de nos relacionarmos com os outros, nossa forma de pensar e interpretar os fatos e nossas escolhas.

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Colegas – Colegas de trabalho, de cursos, de clube, de academia, de balada, por exemplo, encontramos diariamente, mas nem por isso, temos uma qualidade de vínculo que possa caracterizar essa pessoa como amiga. Os colegas podem até saber muita coisa sobre nossas vidas porque convivem conosco, mas não são essas pessoas que tenderemos a procurar num momento de dor ou alegria intensa. GRAVE ISSO.

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Você, sabendo que há essa enorme diferença (embora, sutil) e que não dá para esperar o mesmo de ambos, me diga: Como estão as trocas? O que tem trazido para a relação com essa amiga/ com esse amigo e não tem recebido? Observe o movimento – trocas profundas, íntimas, verdadeiras, leais, ou trocas rasas, centavos de tostões?

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Abra bem os olhos e proteja o coração 😉

Com carinho,

Priscilla Freund

 

 

 

 

 

 

Priscilla Freund

Psicóloga Sistêmica com especialização em Terapia Familiar e de Casal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Coach Executiva membro da Sociedade Latino-Americana de Coaching com especialização em Gestão Estratégica de Pessoas: Carreiras, Liderança e Coaching pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

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